Mercado também reagiu ao IPCA-15, que veio acima das expectativas.
O dólar encerrou em alta nesta sexta-feira (24) e no acumulado da semana, enquanto o Ibovespa teve queda nos períodos. O mercado reagiu a dados acima do esperado da inflação nos Estados Unidos.
No dia, o dólar subiu 1,24%, a R$ 5,1985. Na semana, a moeda norte-americana teve alta de 0,72%. O Ibovespa recuou 1,67%, aos 105.798 pontos, nesta sessão. Na semana, o indicador teve baixa de 3,09%.
Dados do Departamento do Comércio mostraram nesta sexta-feira que os gastos do consumidor dos Estados Unidos se recuperaram de forma acentuada em janeiro em meio a um forte crescimento da renda, enquanto a inflação acelerou, o que pode aumentar os temores dos mercados financeiros de que o Federal Reserve (Fed) possa continuar elevando os juros ao longo do ano.
Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 1,8% no mês passado. Já o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) disparou 0,6% no mês passado, após alta de 0,2% em dezembro. Nos 12 meses até janeiro, o índice PCE acelerou a 5,4%, após alta de 5,3% em dezembro.
Arthur Mota, da equipe de estratégia e macro do BTG Pactual, disse em publicação no Twitter que a leitura do PCE, combinada aos dados mais fortes de consumo, geram um “cenário difícil para o Fed”, que está há quase um ano elevando os juros para tentar frear a economia e o ritmo de alta dos preços, ainda sem sucesso claro. Na esteira dos dados desta sexta, cresceram apostas nos mercados futuros de que o banco central dos EUA elevará os juros pelo menos mais três vezes este ano.
IPCA-15 acima do esperado
Internamente, o mercado também repercutiu a divulgação da prévia da inflação de fevereiro, que veio acima do esperado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,76% em fevereiro, resultado este 0,21 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,55%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número veio acima do esperado pela maioria dos consensos, como TC/Economatica – que aguardava que o número viesse em 0,60%, e de pesquisa da Reuters, que apontava para 0,72%.
Outro dado divulgado foi o das transações correntes no Brasil. O país registrou déficit de US$ 8,791 bilhões em janeiro. No acumulado em 12 meses, o resultado totaliza o equivalente a 2,87% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Banco Central. O resultado veio pior do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um déficit de 8,2 bilhões de dólares em janeiro.
Destaques corporativos
Minerva
A ação da Minerva (BEEF3) recuou 2,37%, negociada a R$ 11,52, repercutindo os números do balanço do quarto trimestre de 2022, divulgado na véspera pela companhia, apontado por analistas como abaixo do esperado.
Oi
O papel da Oi (OIBR3), que não faz parte do Ibovespa, avançou 3,08%, a R$ 2,01, na esteira da liberação pela Superintendência de Controle de Operações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da venda de torres da empresa para a Highline do Brasil por até R$ 1,697 bilhão.
Bolsas globais
Wall Street
Wall Street fechou em queda acentuada nesta sexta-feira e arrastou todos os três principais índices para suas maiores baixas semanais de 2023. Os três índices registraram quedas semanais de cerca de 3%, com o índice Dow Jones a caminho de seu maior declínio semanal em cinco meses.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,04%, para 3.970,42 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 1,67%, para 11.394,88 pontos. O Dow Jones caiu 1,01%, para 32.818,44 pontos.
Europa
As bolsas de valores da Europa caíram nesta sexta-feira e terminaram a semana em baixa, também repercutindo os dados econômicos dos Estados Unidos.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,04%, a 457,70 pontos, e reverteu os ganhos iniciais.
Os rendimentos dos títulos governamentais da zona do euro se recuperaram e subiram para um patamar próximo aos seus níveis mais elevados em mais de uma década, enquanto previsões para o pico nas taxas de juros europeias subiram novamente para cerca de 3,8% após os dados dos EUA.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,37%, a 7.878,66 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,72%, a 15.209,74 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,78%, a 7.187,27 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,07%, a 26.986,35 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,33%, a 9.201,50 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,05%, a 5.984,49 pontos.
Ásia
As bolsas de valores da China fecharam em baixa nesta sexta-feira, com as tensões com os Estados Unidos prejudicando a confiança dos investidores e arrastando a maioria dos setores para baixo, embora as empresas de defesa aeroespacial tenham saltado.
Os Estados Unidos devem expandir o número de soldados que ajudam em treinamento de forças taiuanesas, disseram duas autoridades norte-americanas na quinta-feira, em meio a tensões crescentes entre Washington e Pequim.
No aniversário de um ano da invasão russa da Ucrânia, a China pediu um cessar-fogo abrangente e gradual desescalada da guerra. Diplomatas e analistas ocidentais disseram que o esforço da China para se apresentar como agente pacificador na Ucrânia reflete seu objetivo de polir sua imagem, e não uma mudança de postura de fato.
Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,29%, a 27.453,48 pontos.
Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,68%, a 20.010 pontos.
Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,62%, a 3.267 pontos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,04%, a 4.061 pontos.
Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,63%, a 2.423 pontos.
Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,71%, a 15.503 pontos.
Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,53%, a 3.282 pontos.
Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,30%, a 7.307 pontos.
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