Nesta terça-feira, moeda norte-americana caiu 0,14%, a R$ 5,1674.
O dólar fechou em leve queda nesta terça-feira (4), depois do maior recuo registrado em quatro anos no dia anterior, em movimento oposto ao visto no exterior – com investidores ajustando posições depois de tombo da moeda norte-americana na véspera e monitorando o noticiário eleitoral doméstico após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais.
A moeda norte-americana caiu 0,14%, a R$ 5,1674. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana encerrou em baixa de 4,07%, a R$ 5,1746 - maior queda diária desde 8 de junho de 2018, quando o dólar recuou 5,5%.
Com o resultado, passou a acumular queda de 7,31% no ano frente ao real. Apesar disso, segue longe da menor cotação do ano: em abril, chegou a R$ 4,6076.
O que está mexendo com os mercados?
Colabora para a depreciação da divisa norte-americana no mercado local a queda do dólar no exterior, em mais um dia de recuperação do apetite global por risco, destaca a Reuters.
"Estamos vendo hoje, lá fora, um persistente apetite por risco -- em sequência ao movimento de ontem. Acredito, então, que o real e nossos demais ativos estão se beneficiando deste movimento externo", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Enquanto isso, investidores continuam reagindo positivamente ao resultado das eleições de domingo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o mais votado no primeiro turno, mas o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) teve um desempenho melhor do que o esperado, o que foi recebido pelos mercados como um sinal de que Lula pode precisar moderar seu discurso e buscar alianças mais ao centro.
"Mais do que o resultado da eleição presidencial de primeiro turno, foi a composição do Congresso que trouxe um viés positivo para nosso cenário", avaliou Bergallo.
Mais da metade das 27 vagas em jogo no Senado foram levadas por candidatos declaradamente bolsonaristas, enquanto aliados do atual presidente também garantiram vitória já no primeiro turno para os governos de Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.
Os mercados interpretaram esse resultado com sinal de que, mesmo que Lula chegue ao Planalto, enfrentará muita resistência no Legislativo à agenda econômica e fiscal prometida durante sua campanha. O petista já disse diversas vezes que, se eleito, abandonaria a regra do teto de gastos, instrumento considerado uma âncora para as contas públicas.
Resiliência do real
O real tem sido destacado por vários especialistas como uma das moedas mais resilientes do mundo diante de um cenário internacional adverso, com os mercados temendo uma recessão conforme os principais bancos centrais do mundo aumentam suas taxas de juros para controlar a inflação.
"A história não contada de 2022 é o 'Brasil ressurgente'", disse em publicação no Twitter Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF). "Mudamos para um equilíbrio de preços de commodities mais altos... Isso é um grande impulso para o Brasil."
Outro fator apontado como um colchão para a moeda local é o nível elevado da taxa Selic, que o Banco Central manteve em 13,75% em sua última reunião de política monetária. Juros altos tornam o real atraente para investidores que buscam lucrar com estratégias de "carry trade", ou a tomada de empréstimo em divisa de país de juro baixo e aplicação desse dinheiro em praças mais rentáveis.
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