Após o sucesso da série “Dahmer: Um Canibal Americano”, da Netflix, muito material da época dos crimes e da prisão de Jeffrey Dahmer está sendo redescoberto. Entre eles a entrevista dada pelo criminoso em fevereiro de 1993 – dois anos após a prisão do serial killer, no programa “Inside Edition”, da emissora norte-americana CBS.
A entrevista feita pela jornalista Nancy Glass foi publicada no YouTube em 27 de novembro de 2018 e possui mais de 29 milhões de visualizações. Agora, a jornalista revelou novos detalhes do encontro com o serial killer retratado na série da Netflix.
Em participação recente no programa de rádio da Austrália “Kyle and Jackie O“, Nancy recordou a justificativa dada por Jeffrey Dahmer para comer partes de suas vítimas depois de matá-las. “Ele disse que decidiu comê-los porque queria que eles fizessem parte dele. Ele era desesperadamente solitário e muito envergonhado de ser gay”, falou Glass, em declaração reproduzida pelo jornal Daily Mail.
A jornalista também revelou que Dahmer parecia “completamente normal”, apesar de seus crimes doentios e infância conturbada. Ela explicou que conheceu a família de Jeffrey antes de começar escrever cartas para ele, o que a levou a descobrir as razões pelas quais o serial killer matou 17 pessoas – enquanto comia alguns de seus cadáveres – entre 1978 e 1991.
Nancy Glass disse que Dahmer tinha “problemas de vínculo” decorrentes do fato de sua mãe, Joyce Flint, não permitir que ninguém o tocasse depois que ele nasceu, “exceto para trocar a fralda”. Jeffrey ficou obcecado com a ideia de as pessoas o deixariam – e em sua mente distorcida, ele acreditava que comer suas vítimas significava que elas estariam com ele para sempre.
Quando perguntada pelo apresentador de rádio se Glass sentiu empatia por Jeffrey Dahmer durante o envio de cartas ou entrevistas na prisão, Nancy disse que não. A jornalista sempre manteve uma distância profissional do serial killer e evitou o julgamento, mas isso não era diferente de como ela entrevistaria qualquer figura pública.
Glass afirmou: “Quando você está entrevistando um político. Você é cuidadoso, certo? Você não julga, mas faz as perguntas para que os espectadores julguem. E esse era o meu trabalho [com o Jeffrey Dahmer]”.
A jornalista também falou sobre como conheceu a família do serial killer antes de finalmente entrevistar Dahmer na prisão. “Eu estive envolvida com a família por vários anos. O pai [Lionel Dahmer] nunca pensou que algo estivesse errado [com Jeffrey]. Ele nunca notou”, disse ela. Depois de receber permissão da família de Dahmer para escrever para ele na prisão, “ele me escreveu de volta, e então começamos a conversar”.
“A parte super assustadora [foi] que ele parecia perfeitamente normal. Isso é aterrorizante”, acrescentou. “Foi estranho. Quero dizer, você pode ouvir o jeito que ele está falando comigo é muito atencioso. Ele me diz: ‘Sinto muito pelo que fiz’. Mas ele é um psicopata. Ele nem sabe o que essas palavras significam”, completa a Jornalista.
Dahmer cometeu os 17 assassinatos entre 1978 e 1991. Ele foi sentenciado à prisão perpétua em 1992 e morreu aos 34 anos, em 1994, após ser espancado por um colega de confinamento na Columbia Correctional Institution, prisão de segurança máxima no estado norte-americano do Wisconsin.
Já a série “Dahmer: Um Canibal Americano” se tornou o nono programa de TV em inglês mais popular da Netflix de todos os tempos segundo a Variety. O streaming mede a popularidade geral contando as horas visualizadas nos primeiros 28 dias. Depois de apenas 12 dias, a produção foi vista por 496,1 milhões de horas – e ainda tem mais 16 dias para subir ainda mais no gráfico. De acordo com os números da Netflix, pelo menos 56 milhões de lares consumiram todos os 10 episódios (aproximadamente 8,8 horas no total) até agora.
Dividida em dez episódios, a produção da Netflix explora a maneira como o personagem conseguiu escapar das sentenças de prisão da época, as mortes que ele cometia e a atuação falha da polícia de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Segundo a sinopse oficial, “entre 1978 e 1991, Jeffrey Dahmer tirou a vida de dezessete vítimas inocentes de forma brutal. “Dahmer: Um Canibal Americano” é uma série que expõe esses crimes inescrupulosos e como o desprezo por grupos minoritários, o racismo estrutural e as falhas institucionais permitiram que um dos mais infames assassinos em série da história dos Estados Unidos continuasse agindo às claras por mais de uma década”.
Criada por Ryan Murphy, conhecido por produções como “Glee” (2009) e “American Horror Story” (2011), a série produzida pela Netflix é protagonizada pelo ator Evan Peters. A minissérie se propõe a contar os crimes de Dahmer através da perspectiva das vítimas do assassino. Para isso, conta com Niecy Nash, Penelope Ann Miller, Shaun J. Brown, Colin Ford e Richard Jenkins em seu elenco. A produção possui classificação indicativa para maiores de 18 anos.
コメント